Com premiações milionárias, Copa do Brasil impulsiona clubes de menor orçamento nas oitavas de final
A Copa do Brasil ganhou uma nova dimensão para clubes e torcedores devido suas altas premiações que seguem transformando a realidade financeira de clubes de todas as divisões. Cada equipe classificada para a fase de oitavas de final já garantiu R$ 3,6 milhões, e quem avançar às quartas embolsará mais R$ 4,7 milhões. Ao fim do torneio, o campeão pode somar até R$100 milhões, considerando os bônus acumulados desde as fases iniciais.
As premiações, iguais para todos os clubes a partir da terceira fase, representam um crescimento de cerca de 5% em relação à edição anterior. Para os clubes de menor orçamento e que iniciaram o torneio desde a primeira fase, chegando às oitavas, como CSA, Retrô (Série C) e CRB (Série B), por exemplo, o montante acumulado já ultrapassa R$ 9,4 milhões, uma injeção financeira crucial para o planejamento do restante da temporada.
“O impacto dessas premiações para clubes com orçamento mais enxuto é gigantesco. Muitas vezes, um bom desempenho na Copa do Brasil permite a quitação de dívidas, reforços no elenco ou até investimentos em infraestrutura. É um torneio que, além de esportivamente emocionante, pode mudar o patamar financeiro de uma equipe”, afirma Cláudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, empresa que gerencia a carreira de mais de 115 atletas no país.
Adversário do Cruzeiro, o CRB segurou um 0 a 0 contra o líder da Série A, no jogo de ida em pleno Mineirão. O bom momento dentro de campo também pode ser visto com um fruto do que está sendo feito fora das quatro linhas, como a conquista de parceiros comerciais estratégicos. O acordo de patrocínio da BETesporte com o CRB, por exemplo, é o maior da história de um clube do estado, conforme divulgado na data do anúncio oficial por André Carneiro, presidente do comitê gestor da equipe. O contrato contempla a exposição da marca no espaço nobre do uniforme, em backdrops, conteúdos nas redes sociais e publicidade nas placas nos Centros de Treinamentos. A casa de apostas, que também é nordestina, se orgulha de poder contribuir para o fortalecimento do futebol local.
"É gratificante ver que o investimento da BETesporte vem gerando bons frutos para o CRB, que eliminou o Santos, um gigante do futebol nacional, e agora vai enfrentar o Cruzeiro. Nosso objetivo é fortalecer as equipes que estão fora dos grandes centros, principalmente no nordeste, que é nossa terra natal. Estaremos na torcida para que o CRB conquiste um bom resultado e avance na competição", diz Vinicius Nogueira, CEO da BETesporte, que também patrocina o CSA.
Caso avance para a próxima fase, os R$ 4,7 milhões representam, aproximadamente, 6 vezes a folha salarial mensal de CSA e Retrô-PE, que vão para o jogo da volta com um empate sem gols contra o Vasco e uma derrota para o Bahia por 3 a 2, respectivamente. Uma classificação representaria a entrada de recursos muito importantes para clubes que vivem uma fase de reestruturação e tentam se aproximar da elite do Campeonato Brasileiro. O clube pernambucano, por sua vez, que com o avanço até as oitavas de final já garantiu R$ 7.783.500 em premiação, já superou sua arrecadação de todo o ano de 2023, que foi de apenas R$ 5.272.001 – o balanço financeiro de 2024 ainda não foi divulgado.
Entre os grandes, o campeonato também é tratado com muito prestígio. Tudo isso graças ao impacto financeiro e de visibilidade que a competição gera. “A Copa do Brasil tem um papel único no calendário do futebol brasileiro justamente por permitir que clubes de diferentes realidades compartilhem o mesmo palco. Isso gera narrativas emocionantes e oportunidades valiosas de exposição para marcas que querem se conectar com a paixão do torcedor de forma genuína. Cada rodada é uma chance de gerar valor dentro e fora de campo”, conta Bruno Brum, CMO da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.
Confira os valores de premiação por fase da Copa do Brasil 2025:
1ª fase | 80 clubes
Grupo I (Série A): R$ 1.543.500
Grupo II (Série B): R$ 1.378.125
Grupo III (clubes participantes da Série C, D e outros): R$ 830 mil
2ª fase | 40 clubes
Grupo I (Série A): R$ 1.874.250
Grupo II (Série B): R$ 1.543.500
Grupo III (clubes participantes da Série C, D e outros): R$ 1 milhão
3ª fase | 20 clubes + 12 clubes = 32 clubes
Grupo I (Série A): R$ 2.315.250
Grupo II (Série B): R$ 2.315.250
Grupo III (clubes participantes da Série C, D e outros): R$ 2.315.250
Oitavas de final
R$ 3.638.250
Quartas de final
R$ 4.740.750
Semifinal
R$ 9.922.500
Final
Vice-campeão: R$ 33.075.000
Campeão: R$ 77.175.000