Empresa inicia restauração da estátua do Conde do Pinhal que foi vandalizada no centro de São Carlos
Após o ato de vandalismo ocorrido na madrugada do dia 4 de maio, a estátua de bronze de Antônio Carlos de Arruda Botelho, o Conde do Pinhal, fundador de São Carlos, passa por um processo técnico de restauração conduzido pela arquiteta Fabiana Purchio, da empresa Forlight Arquitetura, Restauração e Iluminação. A intervenção foi contratada pela Secretaria de Conservação e Qualidade Urbana e conta com a supervisão da Fundação Pró-Memória de São Carlos.
O inquérito ainda está em curso no 3º e 5º Distritos Policiais. A Polícia Civil, inclusive, já solicitou informações à Prefeitura sobre os custos para a recuperação da estátua, do monumento que traz os Dez Mandamentos, instalado na Praça Santa Cruz, além dos semáforos pichados. O custo inicial para a recuperação de parte das pichações está estimado em R$ 20 mil.
A estátua, localizada na Praça Coronel Paulino Carlos, conhecida como Praça da Catedral, foi pichada com tinta vermelha e preta, atingindo inclusive as placas de identificação em inox. O trabalho de recuperação começou com a retirada dessas placas, que foram levadas ao ateliê da empresa para testes com diferentes solventes. Segundo Fabiana Purchio, o processo exigiu extremo cuidado para preservar os elementos originais da obra. “A limpeza foi feita com palitos de churrasco e pincéis finos, contornando letra por letra. Nosso objetivo é manter a data de vida da peça, sem deixá-la com aparência de nova”, explicou.
A equipe utilizou produtos específicos, como thinner PU (poliuretano), removedores ecológicos e aguarrás, testando suas reações sobre os materiais sem causar danos. “Não basta jogar solvente. É preciso entender a química envolvida e respeitar o substrato da obra”, afirmou a arquiteta. A tinta utilizada pelos vândalos reagiu bem aos solventes, o que permite uma remoção eficaz sem comprometer o bronze da escultura.
Além da limpeza das placas, o trabalho incluiu o retoque de inscrições douradas e a higienização da estátua. A equipe envolvida conta com três profissionais: a arquiteta responsável, uma restauradora e um assistente técnico encarregado da montagem de andaimes e da operação de lavadoras de pressão. O processo completo levará cerca de três dias, com dedicação integral. Fabiana Purchio destacou que o restauro de obras públicas exige não apenas técnica, mas também responsabilidade ambiental. “Tivemos o cuidado de proteger o solo ao redor das árvores da praça. É um trabalho que envolve respeito ao patrimônio e ao espaço urbano”, disse.