quarta-feira, julho 16, 2025

Empresa inicia restauração da estátua do Conde do Pinhal que foi vandalizada no centro de São Carlos

Empresa inicia restauração da estátua do Conde do Pinhal que foi vandalizada no centro de São Carlos

Após o ato de vandalismo ocorrido na madrugada do dia 4 de maio, a estátua de bronze de Antônio Carlos de Arruda Botelho, o Conde do Pinhal, fundador de São Carlos, passa por um processo técnico de restauração conduzido pela arquiteta Fabiana Purchio, da empresa Forlight Arquitetura, Restauração e Iluminação. A intervenção foi contratada pela Secretaria de Conservação e Qualidade Urbana e conta com a supervisão da Fundação Pró-Memória de São Carlos.

O inquérito ainda está em curso no 3º e 5º Distritos Policiais. A Polícia Civil, inclusive, já solicitou informações à Prefeitura sobre os custos para a recuperação da estátua, do monumento que traz os Dez Mandamentos, instalado na Praça Santa Cruz, além dos semáforos pichados. O custo inicial para a recuperação de parte das pichações está estimado em R$ 20 mil.


A estátua, localizada na Praça Coronel Paulino Carlos, conhecida como Praça da Catedral, foi pichada com tinta vermelha e preta, atingindo inclusive as placas de identificação em inox. O trabalho de recuperação começou com a retirada dessas placas, que foram levadas ao ateliê da empresa para testes com diferentes solventes. Segundo Fabiana Purchio, o processo exigiu extremo cuidado para preservar os elementos originais da obra. “A limpeza foi feita com palitos de churrasco e pincéis finos, contornando letra por letra. Nosso objetivo é manter a data de vida da peça, sem deixá-la com aparência de nova”, explicou.


A equipe utilizou produtos específicos, como thinner PU (poliuretano), removedores ecológicos e aguarrás, testando suas reações sobre os materiais sem causar danos. “Não basta jogar solvente. É preciso entender a química envolvida e respeitar o substrato da obra”, afirmou a arquiteta. A tinta utilizada pelos vândalos reagiu bem aos solventes, o que permite uma remoção eficaz sem comprometer o bronze da escultura.


Além da limpeza das placas, o trabalho incluiu o retoque de inscrições douradas e a higienização da estátua. A equipe envolvida conta com três profissionais: a arquiteta responsável, uma restauradora e um assistente técnico encarregado da montagem de andaimes e da operação de lavadoras de pressão. O processo completo levará cerca de três dias, com dedicação integral. Fabiana Purchio destacou que o restauro de obras públicas exige não apenas técnica, mas também responsabilidade ambiental. “Tivemos o cuidado de proteger o solo ao redor das árvores da praça. É um trabalho que envolve respeito ao patrimônio e ao espaço urbano”, disse.