sexta-feira, agosto 08, 2025

Agosto Branco alerta para a prevenção do câncer de pulmão

Agosto Branco alerta para a prevenção do câncer de pulmão

Agosto marca o mês da conscientização sobre o câncer de pulmão, com campanhas que reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Conhecido como “Agosto Branco”, o período busca alertar a população sobre os riscos associados, sobretudo, ao tabagismo, principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

De acordo com estimativas do Inca, em 2025, o Brasil deve registrar mais de 32 mil novos casos da doença. Este é o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres no país, desconsiderando os casos de câncer de pele não melanoma.

Em escala global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a doença como a principal causa de mortes por câncer tanto em homens, quanto em mulheres. A letalidade está relacionada, sobretudo, ao diagnóstico tardio. Em muitos casos, os sintomas do câncer de pulmão só aparecem quando a doença já está em estágio avançado, o que compromete as chances de cura.

No entanto, alguns sintomas podem surgir em estágios iniciais. O Inca destaca que os mais comuns são tosse persistente, presença de sangue no escarro, dor torácica, rouquidão, dificuldade para respirar, perda de peso e apetite, fadiga constante e infecções respiratórias recorrentes. Fumantes devem estar atentos a mudanças no ritmo habitual da tosse, que é alterado, e às crises em horários incomuns.

A orientação é buscar avaliação médica diante da persistência de qualquer um desses sintomas, mesmo que leves. Os métodos de diagnóstico incluem exames físico e de imagem, coleta de amostra de tecido (biópsia) para exame histopatológico, testes moleculares e exame do interior do pulmão usando broncoscopia, conforme explica a OMS.

Cirurgia, quimioterapia e imunoterapia estão entre os tratamentos

A OMS ressalta que o tratamento para câncer de pulmão é multidisciplinar. A quimioterapia costuma ser recomendada para a maioria dos pacientes. Ela utiliza medicamentos que se espalham pela corrente sanguínea com o objetivo de destruir as células cancerígenas.

Já terapias locais, como a radioterapia e a cirurgia, podem ser indicadas para controlar metástases em áreas específicas do corpo ou para reduzir sintomas provocados pelo avanço do tumor. Além disso, é possível utilizar a imunoterapia.

Ao explicar como funciona a imunoterapia, a OMS destaca que os inibidores de ponto de controle imunológico revolucionaram o tratamento do câncer de pulmão metastático. Os medicamentos ajudam estimulando o próprio sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas.

Além das abordagens tradicionais, técnicas menos invasivas também ganham espaço na prática clínica. É o caso da ablação por radiofrequência, recomendada em casos de câncer primário de pulmão, bem como em metástase.

Segundo informações da Rede D’or, o procedimento de ablação utiliza energia térmica para aquecer e destruir o tecido tumoral, com preservação de parte do tecido saudável ao redor. É considerada uma alternativa segura e eficiente, com finalidade curativa.

Entenda os fatores de risco do câncer de pulmão

O cigarro é responsável por, aproximadamente, 85% dos casos de câncer de pulmão, conforme apontam a OMS e o Inca. A fumaça do tabaco contém substâncias altamente tóxicas e cancerígenas, como monóxido de carbono e nicotina, que atingem a corrente sanguínea e afetam não apenas os pulmões, mas diversos outros órgãos.

Ainda segundo o Inca, a mortalidade entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram. No caso de ex-fumantes, o risco permanece elevado, embora em menor grau: aproximadamente quatro vezes maior em comparação a quem não fuma.

A exposição passiva à fumaça, conhecida como tabagismo passivo, também representa uma ameaça à saúde. A fumaça que se dissipa no ambiente chega a conter três vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até 50 vezes mais agentes cancerígenos do que a tragada diretamente pelo fumante. De acordo com o Inca, não há nível seguro de exposição ao fumo passivo.

Em agosto também é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, no dia 29, com o objetivo de reforçar as ações de sensibilização da população sobre os impactos negativos do tabaco. Criada em 1986, a data marca o início da normatização do controle do tabagismo como problema de saúde pública, abordando seus danos sociais, políticos, econômicos e ambientais.

Mas, além dessa substância, outros fatores estão associados ao desenvolvimento da doença. Poluição atmosférica, infecções pulmonares frequentes e doenças respiratórias crônicas, como enfisema e bronquite, podem contribuir para o surgimento de tumores.

A faixa etária é outro aspecto relevante: a maioria dos diagnósticos ocorre entre pessoas com idades entre 50 e 70 anos. A predisposição genética, bem como o histórico familiar de câncer de pulmão, também eleva o risco.

A exposição a substâncias químicas ou físicas em ambientes ocupacionais é outra preocupação. Entre os principais agentes estão o amianto, sílica, arsênico, urânio, cromo, radônio e outros compostos presentes em atividades industriais, na construção civil, na mineração, em curtumes, gráficas, fábricas de baterias, entre outros setores.

Trabalhadores dessas áreas podem apresentar risco aumentado de desenvolver câncer de pulmão, principalmente quando há combinação entre a exposição ocupacional e o hábito de fumar. O Inca alerta para o efeito sinérgico entre o tabagismo e certos agentes químicos, o que pode potencializar as chances de desenvolver a doença.

Além de evitar o tabagismo e a exposição a agentes químicos, a Instituição também indica a prática de atividade física entre as medidas para prevenir a doença.

Foto: Freepik