Bolt conquista segundo ouro no Rio 2016 e cita Pelé ao falar sobre seu legado
Bolt coleciona oito ouros Olímpicos e ainda pode ir buscar o nono na sexta-feira
Duas já foram, falta uma. Usain Bolt conquistou nesta quinta-feira (18) sua segunda medalha de ouro no Rio 2016, nos 200m rasos, o que o deixa a um passo de completar o inacreditável triplo-triplo noatletismo. Já são oito ouros em Jogos, e o nono pode vir no revezamento 4x100m rasos, às 22h35 de sexta (19).
Ao final da prova desta quinta, o astro jamaicano fez cara feia e deixou transparecer certa insatisfação com seu tempo, pois a meta era quebrar o recorde mundial e tentar correr a prova abaixo dos 19 segundos. Só que o discurso, diferente da fisionomia, foi de satisfação. "Não preciso provar mais nada. O que mais eu preciso fazer para provar que sou o maior?", declarou.
Bolt e a bandeira da Jamaica após a vitória nos 200m
Depois, bastante empolgado, Bolt levou sua grandeza para além do atletismo. E citou um brasileiro no discurso. "Quero ser um dos maiores de todos, estar entre (Muhammad) Ali e Pelé. Espero que depois dos Jogos eu entre nessa lista", afirmou, sem deixar totalmente claro se esta é mesmo sua última participação Olímpica. "Quero dizer que sim. Acho que esta é a última".
Bolt completou a prova em 19,78s, bem abaixo dos 19,19s registrados em 2009, em Berlim. A medalha de prata foi para Andre de Grasse, do Canadá, e o bronze, para o francês Cristophe LeMaitre. Ao final, o jamaicano admitiu que não conseguiu correr como queria. "Eu corri forte na curva. Na reta, meu corpo não respondeu. Estou ficando velho".
Bolt deixa a concorrência para trás e vence a prova dos 200m rasos
Candidatos a rei das pistas
Candidatos – se não no carisma, ao menos nas vitórias velocidade – já se apresentaram. E, além do canadense Andre De Grasse, um norte-americano também se destaca: Trayvon Bromell. Ambos têm 21 anos e alimentam uma boa briga desde juvenis.
De Grasse parece à frente na corrida para herdeiro de Bolt, não apenas pela prata Olímpica, mas principalmente porque seu rival sofre muito com lesões. O canadense já não tinha dado moleza para Bolt nos últimos metros da série semifinal dos 200m, a dois centésimos do “Raio” (o que certamente incomodou o multicampeão, apesar dos sorrisos de ambos na foto que entrou para a história).
O sorriso na semifinal: será Andre de Grasse o futuro herdeiro de Bolt?
Com 17 anos, Bromell foi o primeiro juvenil a baixar a marca dos 10s00 nos 100m (fez 9s99). No Mundial de Pequim 2015, já foi bronze na prova. Mas o norte-americano já machucou os dois joelhos e teve uma lesão mais séria, no calcanhar, no início de junho. Quase não vem ao Rio 2016. Mas veio. Competiu nos 100m e chegou em oitavo. Está inscrito para o revezamento 4x100m desta sexta-feira (19).
O domínio norte-americano nas provas rápidas foi aos poucos sendo desafiado por canadenses e então por jamaicanos – o próprio Bolt já mencionou Yohan Blake como seu sucessor (mas ele foi mal na sua série semifinal dos 200m e ficou fora da final da prova neste Rio 2016).
Hoje, Grã-Bretanha e França também brigam por espaço nas provas de velocidade. Como ficou espelhado no bronze de Christohe LeMaitre, com o mesmo tempo do britânico Adam Gemili.
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