terça-feira, 25 de outubro de 2016

LUTO: Carlos Alberto Torres, Capitão do Tricampeonato de 1970, morre no Rio aos 72 anos

Carlos Alberto Torres, Capitão do Tricampeonato de 1970, morre no Rio aos 72 anos
Com a taça Jules Rimet em 1970

Carlos Alberto Torres, lenda da Seleção Brasileira, e Capitão do Tricampeonato de 1970 morreu nesta terça-feira (25) no Rio de Janeiro aos 72 anos vítima de um infarto fulminante. O velório será realizado no prédio da CBF, na Barra da Tijuca. Os detalhes serão informados em breve.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, declarou luto oficial de três dias. As bandeiras da sede da entidade estão a meio-mastro. Todas as partidas das competições organizadas pela CBF terão 1 minuto de silêncio.

 
O ex-jogador, que atualmente trabalhava como comentarista da Sportv, também era membro do Comitê de Reformas da CBF, grupo que estuda reformas em Código de Ética, Estatuto, Licenciamento e Registro, Calendário e Futebol Feminino. O grupo se reunia a cada dois meses para debater o assunto. 


Carlos Alberto Torres marcou época no futebol brasileiro não só por sua passagem na seleção, mas também pela carreira trilhada em clubes do país, como Santos, Botafogo e Fluminense. Foi tricampeão carioca pelo time tricolor (1964, 1975 e 1976) e pentacampeão paulista na equipe santista (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973). 


Ao pendurar as chuteiras em 1982, quando atuava pelo New York Cosmos, Carlos Alberto Torres iniciou a carreira de treinador com o título brasileiro de 1983 com o Flamengo. Passou por diversos clubes até o trabalho no Paysandu em 2005, o seu último na profissão.


Mas a cena que ficará imortalizada em sua vida no futebol é a da Copa do Mundo de 1970, quando levantou a taça Jules Rimet ao término da campanha histórica. Foram seis vitórias em seis jogos de um time que reuniu Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson e Rivelino.


Carlos Alberto foi casado três vezes: com Sueli, mãe dos seus filhos Andréa e Alexandre Torres, também jogador, com a atriz Terezinha Sodré e com Graça, sua ultima esposa. O capitão do tri, que também foi vereador no Rio, de 1989 a 1993, pelo PDT, estava em casa acompanhado do amigo e comentarista Ricardo Rocha quando começou a se sentir mal. Ainda foi levado para o Hospital Riomar, onde chegou por volta das 11h (de Brasília) com parada cardiorrespiratória, mas as tentativas de reanimá-lo foram em vão. O detalhe é que Carlos Alberto tinha um irmão gêmeo, Carlos Roberto, falecido há um mês.


- Tudo foi feito, mas não teve reanimação. Foi provavelmente um infarto agudo do miocárdio. Algumas vezes obtemos êxito. Teríamos condições de reanimar com procedimento, mas ele não nos deu essa chance - disse o médico Marcelo Meucci.


Aos 72 anos, Carlos Alberto Torres deixa um enorme legado de conquistas e colaboração intensa para o desenvolvimento do nosso futebol. Obrigado, Capita. Sua história estará para sempre entre nós.


Carreira


- Como jogador

Um dos maiores jogadores da história em sua posição, ele foi o capitão da Seleção Brasileira que ganhou a Copa do Mundo FIFA de 1970, no México, ficando conhecido como o Capitão do Tri. No que diz respeito aos clubes, Carlos Alberto jogou por Fluminense, Botafogo, Flamengo, California Surf,Santos e New York Cosmos. Ele foi o companheiro de Pelé nos últimos dois clubes.

Carioca de Vila da Penha, Carlos Alberto foi revelado pelo Fluminense, sendo medalhista de ouro nosJogos Pan-Americanos de 1963, disputados em São Paulo, e foi campeão do Campeonato Carioca de 1964. Logo depois, se transferiria para o Santos.

Quando Carlos Alberto chegou na Vila Belmiro em 1965, o Santos atravessava o seu apogeu, com conquistas brilhantes como o bicampeonato da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes.

Muitos cronistas dizem que foi um dos maiores laterais-direitos que o Brasil e o mundo viram jogar. Tinha habilidade, respeito dos companheiros e, como uma de suas características principais, uma forte personalidade.

Pelo Santos foi pentacampeão paulista em 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973, ano em que conquistou seu último título pelo time da Vila Belmiro.

Em 1971, atuou por empréstimo com a camisa do Botafogo em 22 jogos, onde também se destacou nos 3 meses que por lá passou.

Em 1976 retornou ao Fluminense, onde fez parte do time que ficou conhecido como a Máquina Tricolor, sendo bicampeão carioca em Campeonato Carioca de Futebol de 1976, semifinalista do campeonato brasileiro de 1976, depois passando pelo Flamengo.

Carlos Alberto marcou sua história em todos os times que jogou, pois, além de talentoso, conseguiu se firmar e ganhar respeito em vários times de craques, mesmo na Seleção Brasileira tricampeã de 1970, onde era um dos líderes e o capitão desta equipe.

Carlos Alberto foi nomeado por Pelé um dos 125 melhores jogadores vivos do mundo, em março de 2004.


- Como treinador


Em seu primeiro ano como treinador, já se consagrou Campeão Brasileiro pelo Flamengo. Em 1985, foi bicampeão pernambucano pelo Clube Náutico Capibaribe. Sua última experiência como técnico foi no Paysandu, em 2005. Encerrada esta etapa, Torres passou a investir na carreira de de comentarista.


- Carreira política


Na política, Carlos Alberto era filiado ao Partido Democrático Trabalhista. Foi vereador de 1989 a 1993, ocupando a vice-presidência e a primeira secretaria da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Em 2008 tentou uma vaga para vice-prefeito da capital fluminense, na chapa de Paulo Ramos, não se elegendo.

Fontes: Globo Esporte e G1
Fotos: Divulgação