Por conta do alto custo de produção brasileiro e paranaense, Bosch estuda transferência de parte da produção para a Índia
A decisão ainda não está tomada, mas a empresa Bosch, situada na Cidade Industrial de Curitiba estuda transferência da produção de bombas injetoras VE (hoje feitas na própria CIC), para a Índia. O motivo seria o alto custo de produção brasileiro e principalmente o paranaense, que aumentou muito nos últimos anos.
Tal bomba é usada em tratores e colheitadeiras, que respondem a 15% da produção total da empresa e a maior parte da produção vai para Europa e Ásia. Único problema que os funcionários da unidade paranaense enfrentam é o fuso horário, já que a Índia está 7 horas a frente do Brasil, porém, esta transferência deve ser concluída até o primeiro trimestre de 2016.
Esta se deve para que a empresa possa abastecer seu mercado consumidor com produção local. “A transferência de um produto de uma unidade para outra, seja dentro ou
fora do Brasil, depende, entre outros fatores, da competitividade da
atual unidade fabril e da demanda local. A Bomba Injetora VE é um
produto com demanda localizada na Ásia e na Europa, e a competitividade
para produção no Brasil sofre forte concorrência com países como a
Índia”, disse, em nota, o gerente de recursos humanos da Bosch Curitiba,
Duilo Damaso.
Caso a unidade curitibana deixe mesmo de produzir as bombas VE, terá de demitir funcionários, a não ser que encontre outro produto nas concorrências internas, visto que produzir no Brasil ficou mais caro e no Paraná mais caro ainda. “Esta decisão [transferência da produção] ainda não está tomada. Mas,
caso ocorra, adequar a nossa competitividade será de fundamental
importância para atrair outro produto para esta unidade fabril, se
quisermos manter o nível de ocupação”, afirmou Damaso. “Mas é fato que
os custos de produção no Brasil, e em especial no Paraná, sofreram
acréscimos nos últimos anos muito acima do resto do mundo.”
A subsidiária da Bosch, a Metapar, também com sede em Curitiba, fabricava peças usinadas para bombas injetoras a diesel e também encerrou suas atividades em setembro de 2015, pela falta de competitividade. Ao todo foram demitidos 145 funcionários.
Fonte: Gazeta do Povo