sexta-feira, 12 de agosto de 2016

RIO 2016: Novo Bolt, novo Phelps? Nada disso: "Sou a primeira Simone Biles"

Novo Bolt, novo Phelps? Nada disso: "Sou a primeira Simone Biles"
Simone Biles, consagrada pelo público brasileiro na Arena Olímpica do Rio 

Bom saber que Simone Biles estava “morrendo de fome” depois de confirmar na Arena Olímpica do Rioque a ginástica artística feminina alcançou um outro patamar com ela. Assim dá para acreditar que a garota é deste planeta. Biles e Alexandra “Aly” Raisman somaram mais um ouro e uma prata para os Estados Unidos, na competição individual geral. A russa Aliya Mustafina assimilou bem o bronze, quase saindo no lucro depois de vários problemas com lesão e tendo Simone Biles como adversária.


“Não sou o próximo Usain Bolt, nem Michael Phelps. Sou a primeira Simone Biles”, falou, sobre seu recém-adquirido status de celebridade Olímpica, após receber um abraço da técnica-chefe da ginástica americana, Martha Karolyi, que se despede do cargo no Rio 2016. “A Martha só me disse: ‘Você conseguiu! Quando você ainda era uma criança, não tinha certeza sobre você na ginástica. E agora é campeã Olímpica!’…”


A “era Biles”, no entanto, não começou agora, mas há três anos, no Mundial de 2013, na Bélgica. De lá para cá, são dez ouros em Mundiais, fora duas pratas e dois bronzes. Agora, em sua primeira edição dos Jogos Olímpicos, já tem o ouro por equipes e o ouro da prova mais completa de todas – a classificação geral individual. Números impressionantes para uma atleta de 19 anos.

“Eu simplesmente faço a minha ginástica... Sinto que fiz meu trabalho, nesta noite. Finalmente fiz o que tinha de fazer. É quase irreal, quando penso como tudo aconteceu", diz Simone, com simplicidade.

Perto dos voos muito altos e da velocidade das piruetas de Simone Biles, as outras ginastas parecem não oferecer concorrência. Aly conseguiu ganhar o público com sua música russa no solo (disse que foi escolhida justamente porque é conhecida pelo público Olímpico, que é internacional) e já terminou a apresentação chorando. Ela tinha o ouro desse aparelho de Londres 2012, assim como o bronze da trave. Simone teve de pedir a ela para parar, antes que perdesse a concentração. No final, chorando abraçadas, Aly disse ter sentido como se as duas tivessem ganho o ouro. Comentou que existe muita confiança entre elas e que tem em Simone uma irmã.


Americanas Simone Biles e Aly Raisman comemoram juntas o ouro e a prata dos Estados Unidos

Para Aliya Mustafina, o segundo bronze Olímpico no individual geral foi motivo de alegria, depois de tantas lesões no ciclo Olímpico. No geral, a russa falou que gostou do que conseguiu apresentar e que ficou especialente satisfeita por ter mantido o resultado de Londres 2012.

Das brasileiras, Rebecca Andrade – que aos 17 anos também já sofreu muito com lesões – se disse muito contente pelo 11º lugar em uma primeira edição Olímpica. E também por ter ouvido de Simone Biles que sua performance no salto sobre a mesa “é incrível”. Jade Barbosa, que se machucou logo no início da apresentação do solo, precisou ser levada para a Policlínica da Vila Olímpica para fazer exames.

Fonte: Rio 2016
Fotos: Rio 2016/Alex Ferro